TEATRO - SEMPRE NA MINHA VIDA - PARTE I

Costumo dizer em jeito de brincadeira que faço teatro desde a vida intra uterina. A minha mãe quando estava grávida de mim estava em cena, enquanto atriz.
Em criança vivi sempre no mundo do teatro que estava presente em todas as esquinas e ruelas. E eu era feliz! E sentia-me especial...
Fui sempre fazendo e ensaiando teatros na escola.
Certo dia, o meu fascínio por este mundo tornou-se mais sério e cresceu como eu (estava a entrar na adolescência).
Fui assistir com o meu pai a uma peça de teatro no Grupo de Teatro Fontenova (atual Teatro Estúdio Fontenova). Naquele grupo estavam grandes amigos da família e era sempre bom reencontrar o Zé Maria e a Graziela. No final do espetáculo qual não foi o espanto do meu pai quando lhe digo: "Pai eu quero fazer teatro. Falas com o Zé para ver se tem um lugar para mim?".
O meu pai há muito que temia esta minha pergunta. Ele não queria mesmo que eu me dedicasse ao teatro mas eu garanti-lhe logo que os estudos seriam a minha prioridade.
A minha entrada foi imediata: uma atriz estava de saída, tinha de ser substituída e lá estava eu pronta para abraçar este projeto.
Nesta companhia tive grandes mestres, fiz grandes amigos e quase sem dar por isso fui-me transformando numa atriz de corpo e alma.
A produção que mais prazer me deu fazer foi "O Solário" de Fernando Augusto. Aqui dei vida a uma doente psiquiátrica que estava internada num hospital da especialidade e que vivia no mundo do além, encarnando espíritos. Que luta me deu a construção da "Adriana".
Anos mais tarde, já eu estava dedicada a outras lides não consegui resistir ao convite de repormos esta peça a convite do Inatel para homenagearmos o autor que entretanto tinha falecido e que era muito especial para nós. E nessa altura representei, tal como a minha mãe, há uns anitos atrás, grávida da minha filha mais velha.
Este foi só o começo de um percurso de vida do qual muito me orgulho e quem sabe um dia volte!


1 comentário:

  1. Gostei muito desta peça, excelente estreia para ti no teatro, e há uma história muito gira com a Mariana, quando houve a reposição da peça e estavas grávida dela, depois dela nascer, encontrei o Zé Maria, estava com ela e até me arrepiei de ver os olhos dela á procura da voz dele, quando o ouviu falar.

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