UM DIA DE PRINCESA - 26/04/2002

Faz hoje 17 anos que vivi um dia de verdadeiro conto de fadas - o casamento com o homem da minha vida.
Na véspera choveu bastante e que triste estava de pensar que essa chuva pudesse atrapalhar o nosso dia de sonho.
Mas eis que no dia, o Sol brilhou com tanta intensidade que até me ofereceu um escaldão.
O meu vestido foi escolhido por mim (como sempre sonhei, com muitos metros de tule) e foi feito pela minha mãe, com a ajuda da D. Mercedes.
Casámos na Igreja de  Nossa Senhora da Anunciada, onde fui batizada e recebi a comunhão, bem no coração do meu Tróino. Os meus padrinhos foram os meus tios e os meninos das alianças, o meu primo André e a nossa afilhada.
Fui levada até à igreja e depois até ao local do copo de água pelo meu querido primo e compadre que nos deixou há pouco tempo, no seu carocha branco.
Entrei na igreja, de braço dado com o meu pai ao som do Ave Maria.
A cerimónia foi muito bonita e tivemos momentos, durante todo o dia, preparados pelos meus primos que nos foram carinhosa e divertidamente surpreendendo. A festa terminou com um momento musical preparado pela prima Elsa, em que os músicos eram familiares e amigos.
O dia ficou guardado nos nossos corações e a meu lado tenho a bênção de ter um marido que faz tudo para me ver feliz, vivendo com muito amor.
Aqui ficam umas imagens que revejo sempre com emoção!





OS DIAS MAIS DUROS DAS NOSSAS VIDAS - PARTE I

A doença tinha-se apoderado de ti de forma muito violenta. Sabíamos que o fim estava próximo... Como aceitar sabendo tudo o que tinhas para viver e o quanto precisávamos de ti?
Tinhas deixado de andar, perdido parte da visão, pouco comias e dependias dos outros para tudo. 
Eu estava de baixa devido a mais uma cirurgia ao pé direito e era impossível sair de perto de ti e deixar a mãe só, nesta missão tão difícil.
Não querias ver ninguém (ou melhor, não querias que te vissem assim!!!). Só nós...
Recebíamos diariamente a equipa dos Cuidados Paliativos que foram o nosso grande apoio nestes momentos. Bastava um telefonema, a que horas fosse e o auxílio, a orientação, a palavra amiga estava lá.
Os teus amigos e os nossos familiares mais próximos sofreram muito à distância mas aceitaram o teu pedido.
Eu dizia à mãe que irias partir no dia 25 de abril (tinha de ser numa data marcante e especial para ti) e a proximidade deste dia trouxe para dentro do meu peito, uma dor imensa.
Tive de deixar se ser uma mãe presente mas o pai apoiou esta minha opção. O meu Luís gostava tanto de ti e as tuas meninas eram a luz dos teus olhos. Para elas, com a tua voz fraca (impressionante a forma como até o teu vozeirão te deixou) ainda conseguias gracejar.




DATAS FESTIVAS = AGRAVAMENTO DA FIBROMIALGIA

Em épocas festivas tudo devia ter melodia e sermos um pouco mais felizes.
Todavia, com a perda de pessoas que muito amamos, nestas alturas a saudade apodera-se do meu coração e da minha mente e em flashes constantes, surgem momentos em que fomos tão felizes com esses entes queridos. Eu sei que eles estão sempre conosco mas com a nossa mais recente perda, hoje não sinto vontade de festejar.
A terapia que uso e que "atiça" a minha doença é dedicar-me a fazer doces, como se amanhã em minha casa, estivesse um batalhão de gente. Até parece que já os estou a ouvir dizer: "Susana para quê tantas coisas?".
Resultado final: não há osso, articulação, cartilagem, tendão... que não doa nem medicação que ajude!!
Amanhã estarei melhor (assim espero e preciso!)
Mas não podia deixar de passar por aqui e desejar-vos uma Santa e Doce q.b. Páscoa. Deixo-vos a foto de um dos folares que fiz, receita de família da minha sogra.





PARIS: UMA VIAGEM NO TEMPO... E NO ESPAÇO!

Ver as imagens de destruição de parte da majestosa e imponente Catedral de Notre Dame fez disparar as minhas arritmias.
Fui buscar as fotografias desta catedral para mostrar às minhas filhas pensando que não conseguiria levar as minhas princesas até àquele local.
Nas férias da Páscoa de 2000 fui até Paris com duas colegas de faculdade, uma delas amiga que muito estimo. Na hora de decidirmos o destino para a viagem de finalistas não houve concenso e como amigo não empata amigo, este trio de juventude voou até à cidade luz.
Foi uma viagem única, muito intensa em que aproveitámos todos os segundos. Viemos cansadas mas culturalmente mais ricas.
Tenciono lá voltar em breve com a minha família numerosa (assim seja!!!)



 Uma grande companheira de viagem e de vida






 Uma escola do 1.º ciclo



As minhas companheiras lá tiveram de me acompanhar  até ao Túnel da Alma 
(eu sempre tive uma admiração única pela Princesa Diana)



FALAR PELOS COTOVELOS!!!

Hoje ao ver a entrevista da Cláudia Raia, no "Alta Definição" parei e pensei: fala pelos cotovelos como eu! Fiquem descansados que ainda não endoideci de vez e não me vou comparar com esta gigante e única atriz brasileira. Mas fez-me pensar que apesar das pessoas que me rodeiam, às vezes, ficarem a desejar uns segundos de silêncio meus, eu sou mesmo assim e não quero perder esta minha característica.
Quando era criança pouco falava (verdade, verdadinha!!). Quando comecei a entrar na adolescência apoderou-se de mim uma grande vontade de comunicar.
Em várias ocasiões, os meus primos que tinham uma paciência de santos para mim e me levavam para todo o lado, pediam para eu me calar um pouco. E eu, com o meu jeito muito próprio dizia: "vou-me calar mas depois vocês vão pedir-me para voltar a falar e não vou!!! ". E irresistívelmente nos começavamos a rir e voltava a minha tagarelice.
Eu falo em todo o lugar, conhecendo ou não as pessoas que estão em minha volta, sobre todo o qualquer assunto. 
Sou feliz por ter esta capacidade fácil de comunicar e àqueles que são mais "massacrados" por esta minha característica fica a promessa de que não me calarei, nem que a voz me doa porque eu sou assim e gosto de mim!


AINDA ESTOU POR AQUI!

Quem me conhece bem sabe que adoro comunicar com os outros (às vezes até demais, mas não é defeito é feitio!!) e não ter vindo a este meu cantinho nos últimos tempos representa que o silêncio, por muito estranho que pareça, também faz parte da minha vida.
É verdade que nas últimas semanas andei em modo automático, entre a preparação para os testes de final de período das filhotas e toda a azáfama que essa altura do ano representa também a nível profissional... Mas nos breves segundos de paragem senti necessidade de permanecer em silêncio.
Estes momentos fazem falta para nos ouvirmos, refletirmos sobre a nossa vida, as opções que tomamos e simplesmente estive comigo mesma (finalmente consegui encontrar-me com a Susana!!!).
Mas... Estou de volta minha gente mas a tentar reduzir um pouco a velocidade com que percorro os meus dias.

                                                  A imagem pode conter: Susana Félix, a sorrir, closeup e interiores