OS DIAS MAIS DUROS DAS NOSSAS VIDAS - PARTE I

A doença tinha-se apoderado de ti de forma muito violenta. Sabíamos que o fim estava próximo... Como aceitar sabendo tudo o que tinhas para viver e o quanto precisávamos de ti?
Tinhas deixado de andar, perdido parte da visão, pouco comias e dependias dos outros para tudo. 
Eu estava de baixa devido a mais uma cirurgia ao pé direito e era impossível sair de perto de ti e deixar a mãe só, nesta missão tão difícil.
Não querias ver ninguém (ou melhor, não querias que te vissem assim!!!). Só nós...
Recebíamos diariamente a equipa dos Cuidados Paliativos que foram o nosso grande apoio nestes momentos. Bastava um telefonema, a que horas fosse e o auxílio, a orientação, a palavra amiga estava lá.
Os teus amigos e os nossos familiares mais próximos sofreram muito à distância mas aceitaram o teu pedido.
Eu dizia à mãe que irias partir no dia 25 de abril (tinha de ser numa data marcante e especial para ti) e a proximidade deste dia trouxe para dentro do meu peito, uma dor imensa.
Tive de deixar se ser uma mãe presente mas o pai apoiou esta minha opção. O meu Luís gostava tanto de ti e as tuas meninas eram a luz dos teus olhos. Para elas, com a tua voz fraca (impressionante a forma como até o teu vozeirão te deixou) ainda conseguias gracejar.




1 comentário:

  1. E como a tua irmã Ana à maneira dela está a passar estes dias em que se aproxima mais um ano do teu desaparecimento, tem estado a dormir comigo e ainda esta noite os pesadelos com o pai, impressionaram-me quando a ouvi a gritar por ele, foi sem dúvida uma presença que deixou muitas marcas e que continua a estar sempre presente.

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